Governo prepara operação para expulsar garimpeiros da Terra Indígena Kayapó, no Pará

O Governo Federal está finalizando os preparativos para uma nova operação de retirada de garimpeiros ilegais da Terra Indígena Kayapó dia 02 de Maio, localizada no sul do estado do Pará. A ação, que será conduzida por forças de segurança federais com apoio de órgãos ambientais, tem como objetivo desmantelar o garimpo ilegal que vem provocando impactos socioambientais severos na região.

Segundo fontes ligadas ao Ministério dos Povos Indígenas e ao Ibama, a operação deve começar nos próximos dias, com a presença de agentes da Polícia Federal, Força Nacional e Exército. Serão utilizadas aeronaves, drones e equipamentos de monitoramento por satélite para identificar pontos ativos de exploração ilegal de ouro dentro da terra indígena.

A Terra Indígena Kayapó é uma das mais afetadas pelo avanço do garimpo na Amazônia. O território, que abriga comunidades tradicionais e uma das maiores reservas de biodiversidade da região, vem sofrendo com a contaminação de rios por mercúrio, desmatamento e conflitos crescentes entre indígenas e invasores.

Lideranças Kayapó já haviam denunciado a situação ao governo no início do ano, cobrando ações urgentes para a proteção do território. “Nosso rio está doente, nosso povo está cercado. O garimpo mata nossa terra e traz violência”, declarou uma liderança em recente audiência pública.

A operação faz parte do compromisso do governo com a proteção dos povos originários e o combate à criminalidade ambiental na Amazônia. A expectativa é que, após a retirada dos invasores, a região passe a ser monitorada com maior regularidade para evitar novas incursões ilegais.

Entretanto, especialistas alertam que apenas ações pontuais não são suficientes. É preciso reforçar a presença do Estado na região com políticas públicas de proteção territorial e alternativas econômicas sustentáveis para evitar que o ciclo de invasões se repita.

A Terra Indígena Kayapó está localizada entre os municípios de Cumaru do Norte, Ourilândia do Norte e São Félix do Xingu, em uma das áreas mais pressionadas pelo avanço do garimpo no Pará.